quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

At least Greece is alive!

Que maravilha seria ter um pouco mais de sangue grego em nossas veias, aquele sangue quente que não se cala e não tem medo de dizer a verdade e lutar pelas injustiças do sistema.
nem todo mundo esta dormindo, at least Greece is alive.












segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Prazer, São Paulo

Copan. Muito da minha infância foi vivida ali, na casa da vovó. Eu, encolhida dentro do carro, via o centro da cidade passar sem perder nem um detalhe.
- Cuidado Carolina, é perigoso! Dizia meu pai quanto eu tentava desesperadamente descer para comprar balas na banca em frente ao emblemático edifício. Ele tinha razão, e eu sabia. Tinha a imagem gravada na memória de uma jovem que levava alguns livros nos braços parada no meio de 3 outros jovens, um deles agachado olhando debaixo da saia dela. Lembro da minha indignação ao perceber que ela chorava e que ninguém, absolutamente ninguém, podia fazer nada. Eles estavam armados.
Medo e admiração. Um verdadeiro amor platônico por toda aquela região. Um amor que me levava a um vertigo incrível e inevitável.


****** Luva na mão, calças manchadas de tinta e la vão eles. E como acontece algumas vezes, lá vai ela junto, aquela curiosa que adora caminhar pelo centro com gente que sabe exatamente onde pisa. Passamos pelo Ipiranga, Brás, Mooca, Cambuci, em cada um deles, uma porta pintada, um muro escrito, uma piada entre amigos. Nenhum nome seria melhor e mais irônico que VLOK, é por isso que ele encaixa como uma peça de quebra-cabeça na vida e rotina destes verdadeiros artistas. Por fim chegamos onde queria eu: o coração do centro. Simplesmente não canso de lá.
As histórias iam aparecendo diante de meus olhos. Eu mal podia falar, faltava ar, faltava tudo.
Cracolândia. A zona é perto de onde fica a Estação da Luz, mas no pedaço de rua que a coisa realmente pega eu nunca havia estado. E a pedidos me levaram. Eu vi, arregalei meus olhos para não perder nem um movimento. E tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Todos os rostos retorcidos, perdidos, todos os cachimbos, todos os cigarros e cobertores, crianças, meninas e toda a paranóia de quem não sabe mais seu lugar no mundo.
Ricardo, 8 anos. Estava cansado. Seus pequenos ossos marcavam a camiseta velha e o moletom cheio de mucos nas mangas. Ele dizia que seu pulmão ardia. Tinha fome de comida e não da pobre barrinha de cereal que lhe ofereceram. Eu, no ímpeto ridículo de querer salvar que seja uma formiga naquele antro perdido, me agarrei no Ricardo e junto a um colega levei-o até o bar da frente. Ricardo não podia entrar, só nós. O cozinheiro abriu uma exceção e Ricardo pode ficar ali conosco. Pagamos um prato de calabresa e arroz, a pedidos do pequeno. Ficou combinado entre nós que Ricardo esperaria seu prato e comeria junto à parede onde pintavam o VLOK. Alguns minutos depois de chegarmos de volta à parede, chega Ricardo, chorando e levando apenas uma garrafa pet de suco das duas que havíamos comprado.
- O dono do bar me deu com a garrafa na cabeça, disse pra eu sumir de lá.
O choro era desesperador. Eu sai correndo, e o Gustavo atrás de mim, em direção ao bar.
- Carol, cuidado! Ele pode estar com gente mais velha que vai te roubar ou fazer alguma maldade com você.
O Gustavo sabe o que pode acontecer com quem não toma as devidas precauções em situações como esta. Já eu só pensava no Ricardo, estava com o coração na mão, queria voar na cabeça do tal homem do bar. E fui, junto com o Gustavo, saber o que tinha acontecido. O dono do bar negou, obviamente, e me entregou a bolsa de comida. Era claro que o menino estava falando a verdade, aquele homem com olhar gelado e maldoso já não tinha coração e não posso culpar-lo. Com certeza ele já foi testemunha de tantas desgraças por ali que já julga estas pobres crianças como perdidas. Será?
Voltei rapidamente para a parede pintada com a comida nas mãos, mas Ricardo havia desaparecido. Ele foi embora, foi embora e eu, mais uma vez, não pude fazer nada, absolutamente nada, apenas sentir de novo o vazio no peito da nossa pura impotência.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Avui fa un matí de tardor espectacular, d'aquells de l'endemà de la pluja en què l'aire et refresca el pensament i el cel netíssim t'eixampla la vista fins allà on arriba la teva imaginació.
Com estàs? Has trobat feina ja? Jo m'estic començant a plantejar com puc donar la volta a la meva feina per què em permeti viatjar, m'està entrant el mal dels mariners, que quan es queden a terra ferma es marejen. Necessito el viatge com a part de la meva vida, si no, noto com em comencen a sortir arrels que m'enganxen al terra i això no ho suporto. El cervell m'està començant a reclamar una sèrie de coses que aquí no puc obtenir...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

mis niñas


por todos los caminos que hemos elegido hasta hoy y que nos llevaron a encontrarnos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Cabrona.
Mi venganza ha llegado,
Por todo lo que hiciste
Tus días de gloria han terminado

Cabrona.
Tantos corazones rotos,
Destrozados por el camino
Y tú los pisabas como quien saca la vida de un insecto intruso.
Tuviste lo que merecías,
Ahora es tu vez de tener una espada clavada en el pecho
Y la sed de la ilusión herida

Cabrona.
El gusto amargo que tus besos dejaron
Por fin volvieron a tu boca
Y te agonizan por las noches.
Me rio de ti y te dejo ahí tirada con todos tus sueños en el suelo

Al menos él tuvo piedad de ti,
Tuviste suerte al final
Cabrona.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eu, madrinha

Olivia e Leticia em um dia de relax
Primeiro ganhei um amor para a vida toda e de brinde um irmão. Depois vieram elas, lindas, uma sobrinha e a outra afilhada. Mais uma dessas duplinhas estranhamente duplicadas, ou melhor dizendo complementares, na minha vida. Olivia e Leticia, minhas gêmeas queridas. A diferença é que neste caso elas foram geradas em placentas separadas, o que as tornam mais diferentes, pelo menos fisicamente. A Olivia é morena, narizinho afilado, toda uma Ralston. Mas a Letícia, com toda a sua classe austríaca proveniente dos gens do cunhadão, não podia deixar barato e levou logo o nome da minha tataravó, um nome cobiçadíssimo por todas as Ralstons da família. E foi esta coisinha tão pequena , com uma pelugem quase ruiva e toda européia que eu ganhei de presente: a Letícia.
A Letícia não gosta de chupeta , é temperamental e presta atenção em qualquer barulho. Adora um banho e aproveita seus minutos na água para mostrar as habilidades daquele par de perninhas . Não seria menos que uma leonina pura e brilhante como seu regente Sol.
Já tenho tanto o que compartir com ela. ..bem vinda afilhada.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008


4h30 da manha. Hora de ir. A casa ainda cheia de gente, alguns copos vazios e todas as palavras ditas.
4h30 da manha. Hora de ir. O choro da Adri, a fantasia do Tino, as confissões da Bego, o poema do Marc, a tortilla da Bel, o telefonema do Manu , o choro da Marga, as compras da Montse, o presente do Andreas, o choro da Pi, o nó na garganta.
4h30 da manha. Hora de ir. A Adri carregando uma das malas, a janela aberta, o burrico cai pelo vão da porta, a casa bagunçada e a árvore d´agua se desmancha pelo ar.
O taxi parte e eles correm detrás dele. Entre gritos e todas aquelas mãos tão amigas que acenam.
É. São 4h30 da manha e é hora de ir.
Hola bonica!
Com estàs? Tot bé pel país de la música més dolça? Segur que et cuiden molt bé.
No sabria ben bé dir-te on sóc, sincerament. Per variar estic fet un caos de sentiments força potent, però això ja no és cap novetat.
Dissabte passat vam punxar tota la nit a Caldes, va ser molt guapo, es va omplir tot de gent que va ballar fins les 5 de la matinada i va anar molt bé a la barra, però et vaig trobar molt a faltar. No sé per què va ser precíssament dissabte, però vaig començar a sentir com si em faltés un tros i et vaig enyorar molt...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

trucar a casa, recollir les fotos, pagar la multa

Tan cert
com que tu i jo som altres
Tan cert
com que no hi ha res més
Tan clar
com que la nit ens espera
Tan clar
com que no ho fa per tothom
Tan breu
com qui no espera resposta
Tan breu
com qui sap el què diu
Ara
i aquí
t'estimo...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008


Sábia Rita Lee que já dizia que amor é um e sexo é dois. Fico aqui pensando com meus botões porque é tão difícil encontrar um amor recíproco. Você conhece alguém maravilhoso que se apaixona por você e simplesmente seu coração resolve não bater mais rápido pelo dito cujo.
Neste caso o chatíssimo senso comum adoraria repetir que ¨mulher gosta de homem que dá o famoso chega pra lá ou até mesmo daquele que não presta¨. Isso não é verdade. Tenho que admitir que muitas mulheres são realmente assim, mas existe o segundo grupo, do qual me considero parte, que gosta de homens que enxergam e que nos dão o devido valor. Agora a questão é que o frio na barriga, a ansiedade de encontrar, aquele sentimento que nos ¨vuelve locos¨ é vivido só, lá dentro, e não será necessariamente correspondido. Admiro pessoas que conseguem sair de um relacionamento antes que ela própria ou o amigo colorido ou namorado pegue aquele tremendo bode da relação. É como ir embora de uma festa incrível as quatro da manha. Ir embora as duas deixaria aquela sensação do que podia ter sido e não foi. Mas também ir as sete ou oito, quando já está todo mundo bêbado, jogado e vomitado num canto é para matar. É a coragem? Quando a coisa é boa mesmo dá vontade de grudar os dois pezinhos no chão e gritar ¨daqui eu não saio, daqui ninguém me tira¨. Mas a verdade é que tira sim e acaba sendo da pior maneira. Afinal, algo pra valer realmente a pena tem que ter um valor parecido para as duas pessoas envolvidas. Se não, o barco fica sem contrapeso e afunda.
¨Eu escuto aquela música e me lembro de Afonso. Penso em nós dois juntos. Penso em tudo que vivemos, nas praias e cidades que conhecemos, nas possibilidades que ele trouxe para dentro da minha vida. Me incomoda o fato de saber que ele, nessa nova vida, também pensa em mim, mas com muito mais tranqüilidade. O coração dele não aperta de saudades como o meu. Impossível. Porque é difícil admitir, mas se sentíssemos a mesma coisa existiriam mais histórias, mesmo que o final fosse esse. Ou talvez ele simplesmente esteja nessa fase, uma fase chata de querer ser uma figura avulsa para ser colada em todos os álbum do mundo¨
Vidas de Candice, Margalida Casas

domingo, 12 de outubro de 2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A sensação de viver em outro lugar é como se Deus nos permitisse mais uma vez a dádiva da vida e todas as suas possibilidades.
- E quem é vc? Me pergunta uma moça que acabo de conhecer.
Neste momento sinto como se estivesse tomando um banho de chuva em um dia quente de verão. Me refresca, me engrandecesse. Este é o passe, a palavra mágica que nos libera e nos permite que sejamos tudo e qualquer coisa que quisermos. Posso ser o meu melhor, posso mostrar a luz que explode dentro de mim. Não existem julgamentos, não existe o passado. Tudo é o presente, é o aqui, o agora e você pode construir e dar vida a um novo eu. O cronometro zera, as luzes se apagam e começa um novo filme.
Mas existe algo mais. Além do seu novo eu, existe uma nova pessoa a sua frente que também ganha essa possibilidade. Ela possui também a chave para mostrar todos os seus encantos. Da onde ela veio? Como surgiram todos os seus medos, como ela aprendeu a dançar tão bem? Ela pode ser o oposto ou tudo que você imagina.
Sim, eu quero fazer vários rascunhos mesmo sabendo que cada um deles é um Eu escrito e tatuado na minha e na sua vida. Eu quero ser um sonho lembrando, um amor vivido, um momento onde o coração dispara em um novo cenário com outros cheiros em um contesto inimaginável. Eu quero ser um ¨tum¨de um batimento cardíaco, eu quero existir nos momentos verticais que invadem nossa vida e se vão com essa mesma intensidade.
E aqui e agora eu sou.

Sevilla: cheiro de vinho branco, som de trote de cavalo, carro antigo, conversa afiada, cozinha bagunçada, mochila nas costas.
Granada: esconderijos, chás, suflê de queijo com jamón, homem das cavernas, o toque de cada sonho que começa e a despedida.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Alhambra


¨Dale limosna mujer que no hay en la vida nada como la pena de ser ciego en Granada¨

Francisco A. Icaza

terça-feira, 7 de outubro de 2008


Não entendo o extremismo. Como não entendo o nazismo, fascismo ou comunismo. Qualquer um deles está vedado por um preconceito cego e sem fundamento. Se sou algo em minha totalidade é porque não posso ou não suporto algo que esta do lado oposto da circunferência. O extremista não dança, não escuta a musica que o vento sopra em nossos ouvidos. Não deixa as casualidades da vida sussurrarem novos horizontes porque ele já está fadado a sua irritante certeza, que inevitavelmente lhe levará ao fracasso de uma visão curta e seletiva. Quem diz que tem algo em contra as minorias não entende a maravilhosa dádiva de não pertencer a essa massa de soldados que marcham como cópias uns dos outros por insegurança de ser algo além, algo singular.
Por favor, não me diga seus preconceitos, não quero escutá-los. Ou eu terei que ser o homem bomba que vai explodir os seus valores.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

2 anos, parece ontem. Por: fefe tão amada


Minha maluca predileta
Sinto muito a sua falta. As vezes fico pensando: "o que será que ela ta fazendo agora enquanto penso nela?". Mas por mais que imagine, não me cabe devagar.
Sua realidade, borboleta, é sempre mais fértil que minha imaginação. Sei que hoje você vive um mundinho de contas de fadas que cabe perfeitamente com a sua liberdade. Cheio de purpurina, raios de sol e musica ao vento.
Escutando Beatles penso em você, Borboleta, e fico maluca de saudades.
È, existem momentos que só se vive com vc.
Andei precisando de seus conselhos. Sabe aqueles conselhos que são mais impulsos do que conselhos. Aqueles conselhos para certos momentos que vc já sabe por onde vagar, já não quer saber do direito, mas precisa de uma canhota em meio a destros só pra apoiar a decisão de seguir pelo lado torto livre e feliz? Então.... apesar do mundo politicamente direito em que vivemos e os muitos conselhos também politicamente direitos que recebi. Descobri que tenho um pedacinho fada seu em mim que disse no meu ouvido... "vai fefe, o caminho é só seu e a vida é uma só, seja fiel a si" e fiz, como vc faria como vc me diria. Acho que vc ficaria orgulhosa de mim ahahahaha
Foi ai que descobri que apesar de tão diferentes, temos a delicadeza essencial muito parecida e talvez esteja ai a nossa ligação. E por ser essencial, e por ser delicada e por ser vital, hj me sinto segura. Seremos amigas para sempre. Nesse tempo e em todos. Hoje te entendo mais e me sinto mais próxima de vc.
Aproveite tudo que Barcelona preparou tds esses anos só esperando vc chegar
te amo muuuuuito
saudades
FE

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mallorquins del meu cor













Mallorquins del meu cor

Posso dizer que por causa deles minha vida por aqui teve outro rumo e, com certeza, mais sentido.

Pq as pessoas únicas não merecem menos que todos os melhores momentos. E eu dou a eles muitos dos mais bonitos que tenho nesta terra. Ter conhecido a cada um deles foi um dos presentes que ganhei da Catalunya.
Pessoas de verdade, histórias para a vida inteira.
Obrigada

E viva Maiorca!

Castellers

déjà vu de mim mesma, adoro!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


¨o amor entre mulheres é um refúgio e uma fuga para a harmonia. No amor entre homem e mulher existe resistência e conflito. Duas mulheres não se julgam, não se violentam, nem encontram algo para ridicularizar. Elas se entregam ao sentimento, à compreensão mútua, ao romantismo. Tal amor é a morte, admito¨.

¨Eu o deixei ler minha carta para June, e ele encontrou alívio em saber. As melhores mentiras são as meias verdades. Eu lhe conto as meias-verdades¨
¨Estou feliz com o hoje então entretenho-me imaginando tristezas¨

Henry & June, diário não-expurgados de Anaïs Nin

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Fútbol, futebol, fussball, soccer, e por ai vai..


Quem mora perto do Estádio do Morumbi, do nosso querido estádio do São Paulo Futebol Clube sabe o que é nascer escutando o eeeôôôÔ EEeôôôÔôô da galera. Lembro-me uma vez quando era pequena que resolvi gritar um ¨tricolor¨ de dentro da minha casa enquanto passava um ônibos cheio de corinthianos na rua. Foram latas e mais latas voando para dentro da varanda, uma loucura. Já na faculdade entrei para o time oficial, como reserva claro, afinal eu parecia mais um bambi saltitando pela quadra do que uma verdadeira jogadora como aspirava ser.
Meu melhor amigo, tricolor rooooxxxooooo, também teve sua contribuição para que esse amor continuasse florescendo dentro de mim. Como era sócio, me levava a cada jogo para ver o nosso time ganhar de goleada. Depois, já nos últimos anos da Universidade era um outro amigo muito querido que me arrastava ao Morumbi, e que acabou me apelidando de pé frio (é, acho que a combinação Rafinha – Carol não trouxe muita sorte para nosso amado time) mas nem por isso deixávamos de ir juntos, rostinho colado no meio da ¨arquibancada para sentir mais emoção¨, como diriam por ai.
Mas daí para virar jornalista especializada no ramo havia um longo caminho que eu nem pensava em trilhar. Imagina só escrever todo o tempo de futebol? Não era para mim não. Mas quem disse que murphy perdoa este tipo de comentário? Ele esta ali, obviamente esperando um passe mal feito da minha parte para entrar e marcar seu gol.
Na redação geralmente fazemos duas rodagens. Eu, toda espevitada, já queria fazer o mais variado número de temas possíveis, um para cada sabor e cor do dia. Foi ai que com ar ingênuo aceitei o que não teria como dizer não: o papel impresso de uma notícia de esportes na minha mesa com uma frase muito carinhosa da minha chefe que dizia algo como, ¨vai que é sua Carol!¨
Depois disso parece que tudo estava premeditado: o responsável de esportes de Madrid resolveu elogiar minha matéria e assim minhas duas reportagens diárias se tornaram uma, com a outra obrigatoriamente no Camp Nou. O que no começo foram suspiros meus pelo elogio que me fizeram, acabaram se tornando milhares de ligações da central de Madrid.
- Vc conseguiu falar com o Messi? E o Laporta, falou algo da moção de censura? Quê???? Você não sabe quem é o Bojan? Fica esperta que o Guardiola vai dar uma declaração SUPER importante e não podemos perder. Quando vi eu tava lá, empurrando segurança, jogador e câmera de qualquer emissora da concorrência para arrancar uma frasezinha chocha do Silvinho e fazendo uma mapa esquematizado de todos os passos do Eto´o.
Curioso é que em nenhuma outra sessão que estive os jornalistas variam tão pouco. São sempre os mesmo que estão lá, sofrendo por cada decisão dos técnicos e cada partido. É uma turma expert no assunto sem tempo ruim para minhas milhares de perguntas, que com certeza soavam como básicas para eles.
Por fim, o David responsável pela sessão de esportes em Barcelona voltou de seus infinitos dias de férias. Me deu um tapinha nas costas e disse:
-Ta viva brasileira?
- Estou David. Ainda mais porque você voltou. Mas.... pensando bem...posso cobrir o primeiro jogo da Champions quarta-feira que vem?
Que nada, ele é que ta morto de saudades da turma.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

delícias de Costa Brava


Não foi a toa que Dalí escolheu essa cidade para viver. Cadaqués. Aos pés dos Pirineus, ali, quase na França. É a parada final da chamada Costa Brava. Desde que cheguei aqui fui fazendo pouco a pouco o litoral norte espanhol. Cada vez que sobrava um tempinho lá íamos nós, uma praia por vez , sem pressa, mas sem deixar de subir mais e mais. Até que chegamos lá, tão linda, como eu imaginava.
O fantástico é imaginar que esta cadeia de montanhas impressionante separa a França da Espanha. Algo com esta força, só pode ter ajudado a que cada país ficasse do seu lado da cordilheira. Imagino aqueles batalhões na época medieval tentando atravessar essa imensidão que parece chegar ao céu. As tropas francesas escondidas, estas mesmas ajudando aos espanhóis a encurralar os catalães... que loucura. Nossa geografia teve tanta influência nas conquistas, nos povos que nasceram e desapareceram na história.
Dizem que é da província de Girona (a província ao lado de Barcelona, onde está Cadaqués) que vem o catalão mais puro. O sotaque é muito peculiar, mais aberto, na minha opinião um charme. A região é cheia de franceses, como acontece em toda a Catalunha, e com muita gente local, bem típico, uma preciosidade.
A noite de sábado estava iluminada por uma lua imensa e cheia. Ficamos ao lado da igreja admirando o mar, os barquinhos, o barulho gostoso das pessoas passando lá embaixo entre as casas e as pequenas ruas. E essa lua linda e grande que parecia estar tão perto de nós. A forma com que ela influencia o mar... e é claro que não poderia interferir menos em nossos corpos que também são água. É como se o sol, o dia, fosse para decidir o que fazer, e a lua, a noite, para pensar e refletir se o que estamos fazendo é o que realmente queremos. De noite os sentimentos afloram e tudo de mais primitivo e oculto parece sair, como a dama da noite que exala seu cheiro mágico pelo ar.
Nesta região é grande o número de praias nas quais se pode praticar o nudismo. Sempre tive uma admiração profunda pelos europeus e sua relação com o sexo. Algo desprovido de más intenções, natural, sem aquela obsessão brasileira pelo sexy todo o tempo. Parece que as pessoas são mais reais aqui em relação a esse tipo de coisa. Elas são sensuais na hora que tem que ser, sem passar todo o tempo na neurose, pensando na celulite, na estria, na barriguinha ou na depilação perfeita. Eles são mais humanos ou pelo menos parecem ter menos problema com o fato de sermos assim, cheios de imperfeições perfeitas que nos fazem únicos e tão parte do mundo e da natureza. É uma sensação de liberdade, de ser o que é. Isso não tem preço. Uma pena que em nossa cultura esteja tão enraizado essa malicia sem fim em tudo que fazemos. Poderíamos olhar as mulheres com mais realismo, seria tão mais fácil e bonito pra nós... quantas mentes neuróticas, operadas e traumatizadas iríamos salvar?
Deixei a Costa Brava com a sensação de fim de verão. Na entrada de Barcelona já se notava o amarelo das arvores e algumas folhas secas correndo pelas ruas. O sol era intenso, mas o vento fresco não escondia. É.. estamos nos últimos suspiros antes da próxima fase do vermelho, do marrom e do aconchego.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Bruxelas, Heerlen e algumas histórias


Ele vestia uma roupa anos 20, parecia que acabava de sair de um filme.
Quando nos viu pela primeira vez abriu um sorriso desses largos, lindo por sinal, e começou a contar suas histórias.
Artista. 100% mente criativa vindo deste mesmo planeta Terra que eu. Uma grande surpresa para mim, que por culpa de um amor desenfreado estou muitas vezes entre o mundo onírico e irreal desses seres alucinados que inventam tudo e mais um pouco. Mas ele não.
Nos levou a sua casa. A mulher: artista plástica. O filho: músico e a filha: pintora.
A casa me lembrou o desenho japonês O Castelo Animado. Não se trata de uma casa com uma criatividade perfeita. Vai mais além. Se comunica de todas as formas reais que estão entre o imperfeito e o impensado. Este lar faz parte do que se chama arquitetura de Amsterdam, composta de casas antigas com jardim e cerca de 50 quartos, bem descuidados e com um ar de decadência mágica européia. Lindo.
Em dois minutos de conversa já havia sido engolida e hipnotizada por ele. Adoro gente reivindicativa. De pessoas cegas tenho uma preguiça absurda. Pode ser o artista, o rei, o amigo de toda a vida. A coisa mais chata do mundo é gente que finge que não vê o obvio. Mas enfim, como já sabemos, para este tipo de pessoa leviana (que é muito diferente de ser leve) não faltarão companhias para suas sandices.

XXXXXXX

Havia um Urso em Bruxelas. Ele vivia num cercadinho no meio da cidade e todos os moradores lhe queriam e iam visitar-lo com freqüência. Sozinho ali o urso começou a adoecer. As pessoas como uma demonstração de afeto lhe davam todo o tipo de comida com a intenção de mimar-lo. No dia que morreu, a autópsia concluiu que o urso havia sofrido terríveis dores de dentes, de estomago e de cabeça pela quantidade de comida que ativam ali e que lhe faziam um mal gigantesco. Em homenagem ao Urso, decidiram que seria feita uma obra para recordar o amado animal por algum artista conhecido e renomado das redondezas. Chamaram a ele, Michael Huisman, claro. Quem melhor que um artista com uma mente a mil por hora para fazer algo assim tão representativo.
A intenção era fazer uma homenagem ao animal. Muito bem. Então seria uma homenagem a todos os animais, todos que tiveram um fim triste nesse nosso planeta, certo? Pensou.

A cada 20 minutos um animal é extinto na Terra.
Então, Huisman montou um grande cercado com esculturas de todos os animais que se encontram hoje em extinção. Ao lado de cada um deles foi colocado uma explicação sobre o motivo e a maneira pela qual estes animais deixaram de fazer parte do nosso mundo.
O urso? A monumento também tinha que estar ali, mas com alguma diferença.
Foi então que esse artista de lindos olhos azuis resolveu colocar uma escultura de urso feito em bronze sentado num banco de praça, como se fosse um homem em uma posição um pouco cabisbaixo. Além da maneira que estava sentado, suas mãos e antebraços também eram humanos, feitas através de um molde da própria mão do Huisman.
Um homem fantasiado de urso. Ou melhor, um urso fantasiado de homem.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008


magic moments only happens when you are open to receive and give love.. specialy to the person you want to die with....

por Gu, kanciukaitis - diretamente da bolha encantada

terça-feira, 9 de setembro de 2008

¨Marco Polo describe un puente, piedra por piedra.
- ¿Pero cuál es la piedra que sostiene el puente? - pregunta Kublai Kan.
- El puente no está sostenido por esta piedra o por aquélla - responde Marco - , sino por la línea del arco que ellas forman.
Kublai permanece silencioso, reflexionando. Después añade:
- ¿Por qué me hablas de las piedras? Lo único que me importa es el arco.
Polo responde:
- Sin piedras no hay arco. ¨

Las Ciudades Invisibles, Italo Calvino

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Três Adelaides em Lisboa


São 3h40 da madrugada, toca meu celular. Não, não é ninguém do Brasil que com esse fuso horário loco resolveu ligar para saber como estou. É a Pi que por uma bebedeira qualquer me telefonou para rir, chorar ou só para dizer um oi e contar qualquer bobagem. Eu, que me encontrava num sono profundo, escuto uma vozinha feliz do outro lado da linha dizendo:
- Oi, Adelaide!
Esse virou nosso pseudônimo para os momentos ¨psicóloga¨, quando encarna em mim ou nela o espírito da grandiosa Adelaide e nos colocamos a ouvir e comentar acontecimentos extraordinários de nossa vida por aqui.
Mas a verdade é que o nome Adelaide já existia há muito tempo nas nossas histórias. Isso porquê este era o apelido carinhoso da barata que vivia no banheiro da Fê em Juquehy. Já que a Adelaide não saía do banheiro nem por decreto (e nos não tínhamos coragem de colocar um fim na vida desse bicho horroroso) ela virou parte da família e participava de todos os acontecimentos das nossas largas instancias naquela casa.
E neste fim-de-semana posso dizer que foi um fim-de-semana a la Adelaide. Fefe, Pi e eu resolvemos fazer nosso encontro, uma ¨volta as raízes¨.
O destino: Portugal. Nada melhor que ter a sensação de home, sweet home junto as amigas do peito. Felizmente a Adelaide de Juquehy não estava presente, mas aquela que atende o telefone as 3h40 da madrugada estava e nos rendeu três dias de risadas, peculiaridades e muito, mais muito desabafo.
Pra ser sincera, eu vinha com certo preconceito a cidade de nossos colonizadores. Com o foco das minhas reportagens no trabalho sobre imigração, já imaginei todas aquelas histórias horripilantes que escutamos sobre nossos irmãos brasileiros que vivem por ai. Me vi tendo que incorporar o maior jogo de cintura com o preconceito que supostamente iríamos sofrer em algum momento. Me enganei. Em todos os lugares que fomos nos trataram como princesas, só elogios, só comentários educados, uma verdadeira delicia. Ahh meu Brasil, mais orgulhosas de ser daí que nós estava difícil, viu!
Os três dias pareceram muito mais largos pela quantidade infinita de programas que euzinha (alguém tinha que fazer o papel duvidoso de arrastar a turma para todos os lados) consegui enfiar na agenda das minhas queridas companheiras. Foram tarde no Guincho, Caiscais, Sintra ( patrimônio da humanidade), Belém, Castelo de São Jorge, show de Fado com direito a almoços na região de Alfama e jantar no porto de Lisboa, com um pelo prato de Bacalhao e cochinha a qualquer hora do dia.UFA!
Para completar nossa felicidade estavamos hospedadas em uma casa uma graça no bairro da Lapa de uma amiga da família da Pi que esta de viagem.
Três ciclos que se iniciam. Nada melhor que um encontro como esses para começar com uma folha em branco o novo texto. E todas as oportunidades do mundo para uma grande história.

domingo, 7 de setembro de 2008

Berlin 99


- Quase 10 anos depois e você continua deslumbrante.
Ouvir o sussurrar dessa língua pelas ruas. Sentir essa vibração hipnotizante que me acompanha desde menina foi como voltar ao colo de uma mãe, que ama e que ensina.
Cheguei em Berlim.
Lá, em uma idade que complicamos até mesmo o simples, eu e ela construímos e destruímos todos os ideais sociais e políticos de uma jovem curiosa.

XXXXXXXXXXXXXXX

Berlim é silencio. Parece que estamos dentro de um filme mudo. Todo o barulho fica pra trás e você alcança de novo o poder de escutar os pneus deslizando sobre o asfalto, os suspiros, as moedas nos bolsos alheios, a vida que acontece.
E por sensações como estas que a expressão de Berlim se torna completamente visual. Ela nos mostra todo um colorido e nos convida a nos disfarçar do que quisermos para viver um de nossos inúmeros personagens. E nada nem ninguém se sente no direito de nos lançar um olhar reprovador, afinal, cada um, cada um, e tudo é válido.
Antes da queda do muro, poucas pessoas se atreviam a continuar na parte ocidental da cidade já que esta era como uma ilha em meio ao comunismo. Os alemães migravam para outras regiões do país e a capital, que também era um ponto estratégico para os capitalistas, se encontrou ameaçada pela falta de população. Foi quando a Alemanha resolveu dar grandes incentivos para quem quisesse viver ali, um incentivo que se transformou em vida fácil e um grande laboratório para artistas de todas as áreas. O governo lhes sustentava e toda essa massa criativa se dedicava quase exclusivamente a aperfeiçoar seus dotes. Não é a toa que atualmente Berlim é considerada a principal capital cultural da Europa.
Até hoje as diferenças entre o que um dia foi Berlim ocidental e oriental são muito claras. A parte oriental possui inúmeros prédios onde se nota a presença da chamada ¨arquitetura comunista¨, com grandes áreas comuns, onde seus moradores desfrutavam de partes amplias que eram compartidas entre a comunidade. Hoje, esses prédios mais antigos e mais degradados possuem um preço mais acessível aos jovens que se iniciam na vida independente.
Por toda Berlim reina uma vida completamente urbana. E com isso não poderiam faltar os graffitis. Grupos de todas as partes do mundo já fizeram sua história entre as paredes coloridas da capital alemã, feita para todos os olhos, distribuídos por cada canto das ruas, que salta aos nossos sentidos. Entre os nomes e nomes pichados nas paredes, muitos desenhos contam como viveram os que participaram da dura história da cidade.

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Acho que o povo alemão é um povo consciente. Consciente sobre as fraquezas humanas. E sem dúvida, uma delas é o esquecimento. O ser humano é esquecido por natureza. Depois de algum tempo nos esquecemos do mal que causamos, do que fizemos e do não fizemos. Esquecemos e voltamos a repetir os mesmos erros e causar novamente as mesmas dores. Um cachorro que core atrás do rabo e não percebe que gira e não sai do lugar.
Em nenhum lugar da cidade os alemães deixaram de lembrar todo o rastro cruel que o nazismo deixou. Em cada canto uma homenagem e as eternas desculpas aos judeus, homossexuais, ciganos e a todas as outras minorias cruelmente assassinadas naqueles tempos. Claro, o perdão não trás de volta a vida que perderam tantos e os traumas que carregam os que por algum motivo conseguiram escapar. Mas reconhecer e tentar mudar uma atitude é o primeiro passo para o renascimento de uma raça, crença e de cada pessoa. E isso também merece um reconhecimento. O povo alemão possui uma responsabilidade com o passado que não deixa a barbaridade ser esquecida pelo seu povo. Ela não pode ser esquecida como tantas outras insanidades feitas por nós, ela precisa ser lembrada para que nunca e em tempo algum algo assim possa voltar a acontecer.
Me pergunto quando será que vamos começar a nos desculpar por todo o preconceito, mortes e humilhação que fizemos passar os negros e os índios. Ou quando será que a China finalmente contará ao mundo toda a repressão que passa seu povo nos dias de hoje. Reconhecer é difícil e acredito que ter a coragem para confessar de peito aberto ao mundo que erramos é um mérito de poucos.

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Fechei os olhos, nevava. No quarto só brilhava aquela luminária colorida, presente de um amigo.
- E agora Berlim, que faço com tudo isso?
Conta para eles. É o feitiço que vai com você. Aqui estão as armas para você virar o espelho de tudo que quiser.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Gabriel Garcia Márquez vai entrar para o BOPE!


Ontem assisti pela segunda vez ¨Tropa de Elite¨. Como qualquer brasileira que se preze, saí mais uma vez declarando meu amor pelo Capitão Nascimento aos quatro ventos e quase tatuando o conhecido símbolo da caveira do batalhão das forças especiais na testa. Obviamente com a intensidade que me vem de natureza, meus sonhos já me levaram a pegar o primeiro avião de volta ao Brasil, ingressar nas forças armadas, lutar pela independência do Brasil perante os Estados Unidos, me atar a uma árvore na Amazônia ou, se me servir de algo, simplesmente sair gritando em praça pública toda a opinião engasgada e idealista que me saem pelas orelhas.
- Respira Carol, o Xavier não tem culpa de ter nascido em um povoado lindo e perfeito no interior da Catalunha e de não ter a menor idéia de que vem a ser toda essa confusão que ele acaba de assistir.
Depois de abortar o jantar com o querido e ¨empanado¨ amigo, fui terminar meu surto psicótico em casa, porque as paredes do meu quarto me entendem muito bem.
Antes de tudo: abrir o e-mail. Vai que recebi uma carta do Presidente da República dizendo que sim, que ele ouviu minhas preces vindas do além e vai me mandar para uma operação secreta onde quer que ele queira.
Mas o que encontrei no meu correio foi outra coisa. Uma matéria de uma jornalista venezuelana (essa sim, da turma do ¨gente que faz, sábado, antes do Jornal Nacional¨) contando sobre umas declarações feitas por Gabriel Garcia Márquez no seminário internacional sobre a busca da qualidade jornalística atual, assistida por centenas de comunicadores da América Latina, Europa e Estados Unidos. Um dos meus mestres confessou que ¨sofria como um cão¨ pela má qualidade do jornalismo escrito nos dias de hoje. ¨Todas as manhas quando me desperto é uma decepção atrás da outra. Leio vários jornais e vejo que nossos profissionais não têm tempo de pensar antes de escrever uma matéria. São muito poucas as reportagens e notas publicadas que eu destacaria como verdadeiras jóias, isso é uma tristeza¨. E tem como não concordar com o mestre, minha gente?
Nos dias de hoje, onde tudo acontece praticamente na velocidade da luz, fazer uma matéria criativa usando o talento que, de acordo com Garcia Márquez, ¨vem da alma de um escritor¨, é uma tarefa muito difícil, mesmo para os mais originais e ousados. O tempo é curto e a pressão para a produção de algo diferenciado fica em segundo plano.
- É querido mestre, tempo é dinheiro e este último anda escasso por aqui. Quem não faz uma matéria em 5 minutos, é substituído por alguém que faça em 3 com o pé nas costas e chupando manga, mesmo que isso resulte em um texto tipográfico com algumas ¨pequenas¨ faltas de ortografia.
Me senti como o Neto e o Matias do longa-metragem de Padilla. Com vontade de mudar, de fazer diferença na vida das pessoas, de contar a verdade e fazer o povo entender como funciona o sistema. Ou de onde vocês pensam que nascem muitos jornalista senão do sonho ilusório de salvar o mundo?
Tive um professor na Universidade que dizia que os jornalistas de alma são aqueles que acreditam que vão construir um mundo melhor em cima da verdade. ¨O problema é que muitos deles se esquecem disso depois de serem tragados pelo mercado¨.
Isso não é uma apologia em contra aos meios de comunicação atuais, pelo contrário! Eu, como convicta sonhadora de um mundo perfeito e cor-de-rosa, adoro ler o Estadão, a Folha e o El País. Adoro Rede Globo, Cultura e Televisão Espanhola. Mas sim, sou a favor de fazer um trabalho com amor, de qualidade e que valha a pena.
Jornalistas do meu Brasil! (e me incluo nessa turma). Não deixem seus leitores ou sua audiência perderem tempo, façam entretenimento de qualidade, ajudem as pessoas a se divertirem sem pisar em todo o nosso brio e vergonha na cara.
- Mestre, sabe de uma coisa? Vem comigo para o batalhão do BOPE, você não vai se arrepender.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008


Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
Déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

Pablo Neruda, Poema 15

terça-feira, 26 de agosto de 2008


Hola bonica! Com estàs?

Et passo la foto que em vas demanar. Crec que és la millor no perquè estiguis més sexy o l'enquadrament sigui la ostia, ni la llum millor que en d'altres moments o vagis vestida d'una manera especial (tot i que m'agrada molt el collar) o perquè estiguis més bonica que de costum. Senzillament estàs molt natural, lliure, amb aquest somriure tan especial lleugerament més obert de la part esquerra amb les dents perfectes, els cabells deixats anar llargs i ondulats, se't veuen bé les flors i les medalles... m'agrada perquè és molt tu.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Alcúdia


Ai maresia.
Entra em mim e me desconfigura. Como um computador que simplesmente se deixa escurecer e entra na inquieta tela negra.

Entro pouco a pouco na imensidão transparente que me rodeia. Em cada passo vejo milhares de pequenos peixes, uns fogem outros brincam entre meus pes. A areia fina envolve meus dedos e me convida a mais um passo.

Caminho.Pensamentos vem e vão. E quando olho para trás já estou longe o suficiente para sentirme liberta de todos os olhares, que, com o sem malicia, me analisam.

O sol se põe e poucos estão banhando-se nas aguas rasas de Alcúdia.
- Eu só queria estar aqui para sempre. E é tudo que posso pensar neste momento.

Choro. Choro de alegria e cada lagrima me escorre pelo rosto sem vergonha, e eu, finamente, me sinto no direito de ser quem sou. Lastima que a vida não seja sempre assim. Feliz sou eu de poder, por um momento, renunciar a todas as conveniências mundanas e deixar cada lagrima doce cair delicadamente sobre o sal que me cobre.

Caminho mais um pouco, e mesmo já estando a muitos metros da costa as aguas não me cobrem os joelhos. Perfeito. Era o que eu queria.

Canto. Canto algo que não se entende, mas aquele som me faz bem, me faz rir e dançar com meus braços pelo ar.
E em um momento eles param. Abertos. As palmas da minha mão se alongam e permaneço assim por eternos minutos... Tudo é azul em todas as direções que vejo.

E o momento chega cedo. E de repente me deixo cair como em um desmaio em que o corpo não se aguenta e devanesse. Desmorono sobre o abraço azul cálido. Caio devagar, como se perdesse o equilibro e me deitasse num cama macia.

Os peixes se assustam, mas em poucos minutos voltam a rodear todo o meu corpo com curiosidade.

deixo que a agua salgada me leve a superfície. Fecho os olhos e escuto o barulho genuíno de toda a vida que esta a minha volta.

E tudo que me rodeia é Deus, que entra pelos meus poros e me dá a certeza que é por isso que a vida vale a pena.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Tritrez


Tritrez me chama.
Parece um canto de sereia. Inocente, brincalhão, mas me atrai com uma hipnose profunda, magnetica, e sem pretenções.
Por dentro eu grito. E que? Nem eu mesmo posso me escutar.
Sonhos, que eu nego, floram dentro de mim. Nego e nego outra vez, mas na escuridão do quarto eu imagino cada momento deles.

Tritrez me chama
Ele me olha sincero e pega a minha mão. Ela esta molhada das lagrimas da noite passada. Por que eu choro? Pq as lagrimas lavam a alma. E elas vem, como um carinho no cabelo, como um toque no rosto e um beijo que cala.

Tritrez me chama
Eu me jogo no chão, finjo que não, mas caio. Caio num abismo sem fim e me rendo por alguns momentos ao colorido que parece ser tudo. Se pode ser feliz para sempre?

Tritrez me chama
Me chama
Chama
....
...
.
Até que o pescador acorda de um sonho profundo. Pega seu barco e vai pescar em outras aguas, onde eu não posso nadar

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Os seres imaginários de Edimburgo


Os mitos e histórias que rodeiam a capital escocesa

É verdade minha gente, eu acredito em duendes. E também na maior parte dos seres que habitam os chamados ¨bosques encantados¨. A pergunta nesse caso se torna outra: qual é então o lugar ideal para encontra essas criaturinhas? E por fim descobri a resposta: em Edimburgo. Vulcões inativos entre construções listadas como patrimônio mundial pela UNESCO. A paisagem confirma a origem dos personagens míticos e das milhares de histórias e contos do mundo fantástico.
A capital da Escócia traz uma atmosfera carregada pela dualidade entre seu medievalismo arquitetônico e seus habitantes, formados majoritariamente por jovens universitários.
Durante os meses de agosto e setembro também se torna sede do maior festival de artes do mundo, com cerca de 1900 apresentações distintas em mais de 250 pontos da cidade. O conhecido festival de Edimburgo, que teve sua primeira edição em 1947, une eventos independentes de diversos movimentos artísticos, como feiras de livros, pintura, premiações de longa e curta-metragem, dança, ópera, marionetes, performances teatrais entre outros.
A gaita de fole, instrumento típico da cultura do país, é tocada por todos os cantos. E para completar a estadia nos meses de primavera - verão é possível presenciar os comuns e imensos arco-íris que se foram pelas constantes chuvas, que ocorrem durante todo o ano. As poucas horas que o sol se esconde durante este período (as noites no verão duram apenas 5/6 horas) dão espaço para uma vida de festas e noitadas cheias de surpresas.
Mas foi um lugar, um pouco escondido da vida agitada da capital, que me chamou mais a atenção: o castelo de Yester ou Goblin Hall. Foram cerca de 30 minutos de carro, mais 20 a pé para nos encontrarmos em meio a um bosque que parecia ter saltado de um livro infantil, tamanha era seu colorido. Lá, quase engolido pela vegetação, estão as ruínas do misterioso castelo de Yester. Entramos na construção com um sorriso de orelha a orelha, buscando pistas dos conhecidos personagens. Mas o que acabou acontecendo foi que em pouco tempo nossa cara de beatitude se transformou em rostos apreensivos. Uma estranha sensação de curiosidade rodeada por uma inquietação nos fez explorar algumas partes das ruínas até chegar ao salão principal; que tivemos que abandonar pelos desabamentos que bloqueavam suas saídas. O que descobrimos depois foi que o local foi a residência do conhecido mago Giffard, um bruxo que realizava rituais de sacrifícios e torturas humanas e animais. Hoje, seguidores de tais crenças ainda se encontram pelas redondezas, passando noites na tentativa de conectar-se com tais entidades.
Depois de desvendar esse mistério, nossa história não podia terminar diferente: dentro de uma banheira de sal grosso para espantar as energias ruins. Mesmo os mais incrédulos resolveram optar pela limpeza seguindo o famoso ditado ¨no creo en las bruxas, pero que las hay, las hay¨!

terça-feira, 29 de julho de 2008


Resolvi escrever qq coisa q me cale;
qq coisa de venha só de mim
e sem uma lágrima, as palavras parecem ter mais sentido
a vida mostra o que realmente aconteceu
e de repente eu sei o que tenho q fazer.
A solidão está dentro de mim, não mais fora.
Ela me abraça e me liberta dos meus pesadelos
Não preciso ter medo, medo dela
Não preciso mais esperar, medo dela
Não preciso mais mentir, medo dela
Concretizo enfim
Abraço-a, e de repente
Não me sinto mais só.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sonidos


¨No deja de maravillarme que el sonido sea una simple vibración del aire. Hoy lo damos todo por sentado, pero confesaré que no deja de sorprenderme que los humanos hayamos desarrolado tanto la facultad de crear sonidos, hasta el punto de convertirla en arte.
Hay sonidos que detesto profundamente. Número 1: despertador, porque me encanta dormir. Número 2: las en el patio de mi casa, en Montparnasse. Y algunos más, como la horrible música que escucha m vecino del piso de arriba. O el politono de los móviles.
Otros sonidos me encantan. El mar, por ejemplo. Y el sonido de la lluvia. El metro de París. El paisaje sonoro que descobrí en una iglesia griega. El ruido de alguien que prepara el café mientras yo sigo en la cama. Mi gato, intentando roer el suelo de madera de mi casa. Y, por supuesto, la música.
A los 13 años tuve una especie de revelación. Descobrí a los Beatles a través de la canción A Day in the Life. Cuando empezó a sonar fue como se todo se parara. Pensé qe era alucinante que existiera algo que fuera capaz de producirme esta sensación estética y emocional, la más intensa que había vivido hasta entoces.
Ya en París, descobrí el ¨sampling¨. Pero pronto cansé de ¨robar¨sonidos de los demás y quise crear sonidos orgánicos, produciéndolos con instrumentos reales yuniéndole en bucle. Recuperé la guitarra acústica de mi adolescencia y la flauta dulce de madera que me obligaban a tocar en la escuela. Encontré un violoncelo tirado de precio y un ¨glockenspiel¨. Aprendí a tocar el clarinete por mi cuenta. Y tomé clases de viola de gamba. También aprendí a tocar el carrillón y la espineta, así como instrumentos menos convencionales, como vasos de cristal llenos de agua.
Hoy vivo rodeada de sonidos. Y he descubierto que el silencio es tan importante como la música. En general, mu gusta la idea de ralentizarel ritmo de las cosas. La repetición de un gesto hasta alcanzar la perfección es mucho más importante que hacer mil cosas a la vez a mayor velocidad posible. Y los sonidos pueden ayudar a tomar el ritmo adecuado. ¨
Texto revista LING, una entrevista con Colleen, una multiinstrumentalista de París.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

La vida al revés en el Gayxample



Su nacimiento ocurrió al contrario al de los principales barrios gays del mundo. El desarrollo de sus leyes y relaciones con la población también escapan a lo acostumbrado. Convertida en ruta obligatoria de homosexuales de todos los continentes, la Esquerra del Eixample, apodada como Gayxample, incrementa así la fama que lleva Barcelona como la ciudad de la fiesta y la libertad.
En barrios pobres y más baratos de los grandes centros urbanos. Fueron en zonas así que empezaron las historias de los grandes cantones gays como el Soho en Londres, el Distrito Rojo en Ámsterdam, y Chueca en Madrid. Más tarde y también a causa de tales transformaciones estos barrios se convertirían en el corazón de la vida moderna y de la moda, y logrando que los responsables de estos cambios se muden de allí por su revalorización económica.
En la capital catalana las cosas caminaron de otra forma. Con la caída de la muralla que delimitaba la Ciudad Vieja, el plan del ingeniero Idelfons Cerdá fue puesto en práctica y así nació el barrio del Eixample. Ya con un alma modernista y céntrico por su localización, la zona terminó por dividirse de una manera natural, ubicando los comercios en la Derecha, donde también se encuentra La Sagrada Familia; y la parte burguesa a la Izquierda, zona que luego sería apropiada por locales de diversión y casas de moda. Y también por la comunidad gay.
Uno de los puntos claves para la gran masa de visitantes homosexuales a Barcelona está hecho también por el hecho de que España es uno de los cinco países donde es legal el matrimonio entre personas del mismo sexo, como ocurre en Bélgica, Sudáfrica, los Países Bajos, Canadá y el estado norteamericano de Massachusetts. Esto genera la sensación de mayor aceptación por parte de la población, lo que ni siempre suele pasar en realidad.
¨Una cosa son las leyes, otra cosa es la aceptación de las personas. Aquí tenemos la primera, pero eso no implica necesariamente en tener la segunda. En otros países esto pasa al revés: primero llegan a un acuerdo con la población, después se hacen las leyes. En España creo que la cosa caminó de una forma diferente. Muchos de los turistas gays que vienen al país creen en una relación mucho más abierta con los que viven aquí a causa de la libertad de nuestras leyes¨, cuenta David Bigora, editor y periodista de medios impresos sobre el turismo y el mundo gay.
Los números de turistas homosexuales en Barcelona aún no son oficiales. ¨Podemos verlos y saber que por el verano están en más cantidad. En el Axel Hotel por ejemplo tenemos un número aproximado de 85 a 90 por ciento de homosexuales alojados. Pero son apenas estimaciones. Nadie pregunta al huesped si es gay o no¨, comenta Manuel Ruiz del Axel Hotel, el primer hotel gay de Barcelona.
De hecho lo que se sabe es que el mercado gay mueve millones de euros todos los años. El turismo heterosexual está formado en su gran mayoría por familias con paquetes de viaje ya cerrados y de jovenes mochileros que buscan lo más económico. Pero no es así en el caso de las parejas gays. ¨Son personas de naturaleza inquieta y energética. Van a bares, conciertos, restaurantes y discos. Apenas compran el billete y el hotel donde se quedarán y el resto lo descubren y arreglan solos en el destino. Van menos a iglesias y aprovechan más el mundo cultural y del entretenimiento¨, agrega Bigora.
Por eso también el Gayxample presenta miles de opciones interesantes para este público. La ya conocida ruta gana presencia en la calle Casanova. Ahí se puede vivir y sentir todos los olores de los siete colores del arco-iris. Con sus banderas en alto, los establecimientos abiertos casi 24 horas, donde oscilan desde las propuestas más tenues hasta las más picantes. Tiendas con prendas insólitas, librerías especializadas, peluquerías, cines, saunas para hombre y mujeres, sex shops, cafés, discos y un universo de espectáculos y restaurantes, entre ellos el conocido D-Divine. Discreto por fuera y chillón por dentro, el restaurante cuenta con un gracioso e interactivo espectáculo de Drag Queens.
¨Empecé a ser Drag desde hace 24 años. Antes me dedicaba al ballet clásico, lo que hasta hoy me encanta. Me acuerdo de mi primer espectáculo del género como transformista. Qué ilusión me hacía vivir la vida del escenario¨, cuenta Alberto Rondon, conocido por su estupenda interpretación de la personaje española Lola Flores. ¨Siempre va a existir personas de mente corta para juzgar a los gays y lesbianas. Pero, ¿sabes qué? ¡Yo paso de esta gente!¨, dice entre risas.
Albertito, como es llamado entre sus amigas, refleja la levedad tranquila de una persona aceptada por sí misma. Y es esto lo que se nota alrededor de un barrio que también se asume en su propia condición. ¨Barcelona es libre y yo también¨, completa antes de empezar más un show.

¨Kosovo no se independizó. Sino que hizo un cambio de dependencia¨

Joan Oliver Puigdomenech, director de historia contemporánea de la Universitat de Barcelona.

Socialista asumido. Es así que Joan Oliver Puigdomenech se define. Maestro y escritor de muchas teses, entre ellas una que se hizo libro - El 20-N de Catalunya - tiene como virtud la paciencia. Sobre la independencia de Kosovo, el tema que hoy plasma las primeras páginas internacionales de los diarios, también presenta sus opiniones con igual o mayor entusiasmo de cuándo estaba en la silla que hoy ocupan sus pupilos. Tras años de pesquisas sobre los Balcanes, Oliver se siente cómodo para analizar en voz alta qué pasa y también que pasará con el nuevo país que nació el último 17 de febrero.

Balcanización tiene por significado la división generalmente violeta y artificial desde potencias extra regionales de los países que integran a una región. ¿Está de acordó con esta definición cuándo se piensa en lo que pasó esta zona?
El termino balcanización desborda el ámbito puramente de los Balcanes. De cierta forma viene a representar cuando hay una situación, un país o una región donde haya una gran diversidad política, religiosa y de raza, de manera que esté todo muy repartido y compartimentado; y que ya no se entiendan entre ellos. Eso retrata el panorama de los países que componen los Balcanes. Un desentendimiento en todos los sentidos. Son culturas, lenguas y formas de vida completamente distintas. También la violencia de sus principales tres guerras han marcado este territorio.

Kosovo era la última región de la antigua Yugoslavia que todavía no se había separado. ¿Esta división podrá traer finalmente paz a los Balcanes?
Kosovo era el último que quedaba por definir en la antigua Yugoslavia, es verdad. ¿A partir de aquí que puede pasar? No lo sé. Los hechos consumados son estos. Históricamente me parece inevitable que Kosovo se permaneciera como una provincia Serbia por mucho más tiempo. Serbia era incapaz de dialogar con Kosovo, como fue incapaz también de hacer acuerdos con las demás regiones separatistas. El nacionalismo de la creación de la gran Serbia, de cierta forma, ha imposibilitado el dialogo con los otros nacionalismos. La radicalización ha llevado a esta situación de desmembramiento total. Pero la verdad es que Kosovo no puede vivir aislado. Si vive como aislado independiente será gracias a los vigilantes, que pude ser los Estados Unidos o la Unión Europea. El territorio de Kosovo además lleva puntos simbólicos de la historia medieval y del nacionalismo Serbio, lo que es un hecho añadido que pierden.

¿Cuál es su opinión sobre la conversión de Kosovo en la nueva base norteamericana en los Balcanes?
Ha sido decisiva la posición de Estados Unidos para que él lograra la independencia. En realidad, Kosovo no se independizó. Sino que hizo un cambio de dependencia, que puede ser de los Estados Unidos se la Unión Europea no juega el papel que tiene que jugar en el ámbito Europeo. A final, ¿Qué ejército van a mantener y cómo? ¿Qué independencia económica pueden tener en medio de Albania, Serbia y sus otros vecinos actualmente enemigos? Ninguna.

España, juntamente con otros países como Rusia y Grecia y en Latinoamérica Argentina, se opusieron a la independencia de Kosovo, negando reconocerlo como un nuevo país. ¿Por qué?
Creo que cada uno por razones distintas. Tradicionalmente Rusia siempre ha favorecido a Serbia. En las otras guerras Balcánicas del siglo XIX ya mantenía esta posición. En el caso de España, acredito que no reconoció la independencia porque no es un buen momento para eso ya que estamos en elecciones y lo mejor sería pasar desapercibido de la confusión. Sería un problema adicional para animar la campaña y eso no interesante al nuestro líder político.

Muchos creen que el no reconocimiento hacia Kosovo es a causa de los movimientos independentistas que posee la propia España, como en Catalunya y en el País Vasco.
No. No tiene nada que ver. Son situaciones totalmente distintas. Además porque ha habido también otras separaciones como la de Eslovaquia y algunas repúblicas de la ex URSS, que han conseguido la independencia mientras también peleábamos por eso. La independencia de otros países no ha afectado para nada nuestro gobierno. Además, aquí estamos en un contexto democrático y pienso que ni la mayoría vasca ni la catalana quieren de verdad la independencia.

¿Cuándo cree entonces que España reconocerá el nuevo país?
Pasará el tiempo y cuando nadie pensé el ello, habrá embajadores de un lado para otro. Es decir, no crear conflicto es el fundamental en las relaciones internacionales en el momento. Cuando la independencia de Kosovo se convierta en un hecho consumado, España reconocerá la ex provincia Serbia como un país y ya no pasará nada.

Históricamente no ha habido este tipo de conflicto en el hemisferio sur, en países como Brasil. A que atribuiría este facto?
La creación de un estado por definición es: una lengua, una raza y una bandera religiosa. El proceso de todos estos últimos siglos ha sido la creación de los estados. Siguiendo el ejemplo de los Balcanes, se está llevando al último extremo esta definición: una religión, una lengua y un territorio. Y también la exclusión de los que no forman parte de esta unidad. En Latinoamérica la historia con la colonización es muy distinta. Los problemas son otros, quizá más básicos también, y por eso no creo que haya movimientos separatistas con esta fuerza.

Golpe esquizofrénico en una madrugada de lunes


¨Cuando nada de grave pasa, empezamos por el café¨. Al decir esta frase el guardia urbano Tony García no sabía lo que estaba para ocurrir. Sin embargo no tardó a enterarse. Algunos minutos después el coche 833, que iba tranquilamente hacia al barrio de Sant Martí, tuvo que cambiar su ruta y seguir en dirección a los informes de la central de la policía. ¨Un accidente de tráfico en Poble Nou. Nos ha tocado a nosotros, ¡vámonos!¨ completa el cabo Andres Pascual, parte del cuerpo de la Guardia Urbana desde hace 17 años, que oía atentamente las coordenadas del local a través de su radio.
El incidente apenas había sucedido. El humo aún rodeaba los tres coches que formabanparte de la colisión. Pascual y García se aproximaran rápidamente a la joven aturdida que acababa de salir de dentro de uno de los coches golpeados. Sin embargo, las primeras palabras que pronunció la niña a la pareja de la policía fueron: ¨¿Y a ti, que te importa?¨.
¨Debe estar confundida con la fuerza del golpe, creo que no se ha dado cuenta de lo que ha pasado¨, explica el guardia Andreas al cuerpo de bomberos y a la emergencia que acababan de llegar. Mas las frases agresivas y cada vez más incoherentes continuaban a salir casi que involuntariamente de la boca de la muchacha catalana.
Los bomberos no tardaran en realizar su tarea, ya que la gasolina derramada en el suelo podría ocasionar un hecho aún más grave. Algunos minutos después, la Guardia ya había averiguado lo que había pasado. A las 23 horas y 47 minutos el Seat Marbella negro del municipio catalán de Santa Maria de Corcó venia por la calle de Roc Boronat a contramano. Al cruzar la calle Pere IV y a alta velocidad chocó contra un Hyundai Santa Fé plata que a fuerza del impacto golpeó un Citroën C2 que estaba aparcado hacia 15 metros del encuentro. A causa del choque, los dos primeros terminaran por lanzar el tercer coche aparcado varios metros. La versión averiguada por las autoridades presentes era la misma presentada por el conductor del Hyundai, que explicó con detalles lo que se le había pasado.
Sin embargo, la joven que conducía el Seat parecía aún muy irritada. ¨Nos contó que apenas ha acabado de beber dos gins con limón y un cubata. Pero no creo que su problema sea solamente el facto de estar alcoholizada¨, cuenta el cuerpo de emergencia sin precipitarse a dar más detalles a las demás autoridades. La ambulancia salió con la muchacha que hasta el momento no se había concordado a identificarse a la policía. ¨Nos llamarán del hospital en pocos minutos para decirnos sus datos y un diagnóstico más preciso¨, explica el agente García. En 15 minutos la pareja 833 de la Guardia Urbana recibía el telefonema del médico responsable. ¨La Niña tiene esquizofrenia crónica. Estaba con su carnet de conducir, pero el coche es de su madre, que no sabía que ella se lo había cogido hasta ahora¨, repitió en voz alta el cabo Pascual para que todos a su alrededor se enterasen.
¨Seguramente la niña tendrá que pagar una multa y se quedará sin carnet por algún tiempo. También se le harán algunos exámenes a causa de su enfermedad. Así se podrá averiguar se fue la dolencia o el facto de estar alcoholizada que ocasionó tales actitudes¨, explica los dos policiales.
Con el laudo oficial dicho y encerrado, el coche 833 sigue su ruta nocturna. Ahora su destino es el barrio Ciutat Vella, donde fueron avistados algunos ¨lateros¨, como son llamados los muchachos que venden ilegalmente cerveza por las calles de Barcelona. Con la nueva dirección trazada, El cabo Pascual y el agente García comienzan más una historia por la madrugada de lunes. ¿Hasta qué horas se quedaran por las ruidosas calles del centro de la capital catalán? ¨Hasta que deje de ser madrugada¨, contesta la pareja con una sonrisa.

La ficha policial de un pedófilo

La vergüenza. Este sentimiento acompaña a muchos de los que llegan a juicios por delitos de todas las procedencias. En el caso de Ramón no sería diferente, sino peor. El muchacho mayor de edad fue acusado de compartir con otros usuarios de internet contenidos pedófilos, como fotografías y videos de menores, algunos con edad inferior a 13 años, donde aparecían posando y teniendo relaciones sexuales con otros menores y también con personas adultas. Un caso grave donde la acusación pedía al tribunal cinco años de prisión.
El hecho ocurrió en 2005, cuando la policía invadió la casa de Ramón aprehendiendo su ordenador y el disco duro que contenían cerca de 190 imágenes de menores en situaciones sexuales. Desde ahí, a más de 2 años, el muchacho de la ciudad de Sabadell sigue en libertad condicional esperando el día de defenderse ante la audiencia de Barcelona.
Con una mirada llena de vergüenza el hombre con cerca de 30 años llega al Palacio de Justicia el miércoles, 28 de noviembre, con dos familiares que se comportaban como sus guardaespaldas. El juicio puso en marcha y con eso otras versiones del caso empiezan a aparecer. Lo que hacía Ramón en realidad era bajar fotos de contenido pedófilo, pero no las reenviaba a terceros. A través del programa emule el joven bajaba películas, músicas y artigos, algunos de ellos con contenidos sexuales. Sin embargo la gran mayoría eran grabaciones de documentales y largo-metrajes sobre todos los asuntos. Los contenidos de las carpetas que existían en su ordenador y el nombre del archivo que bajaba (más de 200 fotos de lolitas de 12 a 18 años. erpibe. folladas. masturbaciones, chupando. pedo. pedofilia) no dejan dudas de que su intención, sin embargo el proprio acusado afirma no tener idea del problema que le causaría. ¨Lo hizo por un instinto sexual. Un instinto equivocado, pero no con la intención de divulgar por la red este tipo de contenido¨, argumenta el abogado de defesa Perez Mongada. El tribunal y sus presentes escuchan con cuidado a los deposiciones de 3 agentes del los Mossos d´Esquadra que realizaron la aprehensión del material en la casa de Ramón. Con ellas la situación parece aclararse dando indicios de que realmente la intención de comercio de este material no existía, lo que baja la pena del delito para dos años. Sin embargo faltaba informaciones técnicas del funcionamiento del programa emule y del real contenido del disco duro del muchacho catalán. ¨cuando se baja un archivo de emule, este automáticamente va para una carpeta compartida, por defecto del programa. Esto no quiere decir que el acusado quería compartir el contenido. Pero si que se compraba que el es consumidor de tales videos ilegales¨, cuenta Pablo Etxaburu, miembro de la parte de informática de la policía científica.
El acusado permanecía con la mirada fija hacia abajo. Con las mejillas rojas y el cuerpo notablemente temblando, se encoje en su sitio como quien busca un escondite o una forma de desaparecer del incomodo sitio donde ello mismo se había puesto. Después de algunos minutos explicando el funcionamiento de tal herramienta al Juez, la policía deja la sala. ¨¿Una última declaración, Señor Ramón? Pregunta la autoridad judiciaria. ¨Si. Me gustaría decir que el hecho, por supuesto, no puedo negarlo ni cambiarlo, sin embargo lo que no sabía era de la gravedad de lo que pasaba al bajar tales archivos. No tenía ni idea de lo que me pasaría a causa de eso ¨, dice Ramón.
Juicio terminado. Las autoridades tienen cinco días para publicar el veredicto que el acusado espera desde febrero de 2005. De su culpa no ha dudas, pero ¿Sería necesario poner esta persona en una prisión por el ocurrido? Las opiniones se dividen. Por un lado, hay los que creen que aún que el tipo merezca una punición, cárcel ya sería algo demasiado fuerte. Otros que acreditan que mismo sin haber compartido el archivo el hecho de consumir tales imágenes ya es motivo suficiente para encerrarlo con otros pedófilos. ¨
En definitiva, aún que no va a la cárcel la vergüenza ante su familia y la huella que se quedará en sí mismo y en su ficha policial no se borrará¨, comenta un policía que acompañaba los testigos. De hecho, eso no hay como negar.

El marruecos catalán



Son cinco de la madrugada y el despertador de Nelod Yebne ya empezó a sonar. El marroquí de 29 años no tarda en tragar rápidamente su taza de té para llegar a tiempo al consulado Marroquí, en Barcelona. ¨Tengo que estar en la cola a la seis y media de la mañana, ya que abren a las nueve¨, cuenta ya en frente al consulado, fregando los ojos rojizos de sueño. Nelod es uno entre los cerca de 100 marroquís que se presentan todos los días al consulado, donde por esto motivo se hace por las mañanas un larga cola más allá de la esquina de calle Rocafort con Diputació, en el barrio del Eixample . Sin embargo, la mayoría de estos inmigrantes y residentes tendrán que volver un par de veces más a esta institución, a causa de la burocracia que les persigue desde Marruecos hasta España.
El Consulado General del Reino de Marruecos en Barcelona representa los inmigrantes que viven en Catalunya y también los de otras partes de España. ¨Hacemos los procedimientos para legalización de toda la documentación marroquí en el país, como actualización de libros de familia, NIEs e pasaportes¨, explica Abedekkatif Defuf, jefe del departamento financiero del Consulado. ¨Lo que no hacemos es legalizar una persona en España o cambiar el tipo de visado que el proprio gobierno Español concedió al inmigrante. Eso ya es como el consulado de España en Marruecos y desgraciadamente no podemos interferir¨, explica.
Los visados no pueden ser cambiados en territorio Español. Hay que volver al país de origen para convertirlos en visado de trabajo o permanencia, lo que acaba por dificultar la vida de muchos inmigrantes marroquís que terminan por quedarse ilegalmente en el país.
Son más de 600.000 marroquís que hoy disponen de tarjeta de residencia en España, según el último censo oficial hecho público en junio de este año. De ellos, cerca de 2% viven en Barcelona. Sin embargo, de acuerdo con algunas ONGs habría que añadir entre 200 y 300.000 personas que se encuentran en situación irregular, reforzando su primera posición como comunidad extranjera en el país.
Lo que las autoridades españolas y marroquíes intentan en este momento es bajar este número de inmigrantes ilegales a través de una estrategia nacional de lucha contra la inmigración ilegal. De acuerdo con el informe presentado en la reunión de los países del Mediterráneo (Euromed) el pasado mes de noviembre, la inmigración irregular desde Marruecos a España ha bajado un 17 por ciento entre enero y octubre de 2007 en comparación con el mismo periodo en 2006, lo que ya se considera en partes una victoria.
Estos programas se dividen primordialmente en cuatro. La creación de un grupo de trabajo sobre materias de migración y el mercado de trabajo; la promoción de cursos de formación profesional y lingüística para los inmigrantes, tanto en el país de origen como en el de destino; y la realización de campañas de información sobre oportunidades de trabajo y canales legales de inmigración dirigidas a los potenciales inmigrantes.
El control de esta salida masiva hacia los países vecinos, como España, es una de las premisas del gobierno marroquí, que considera este movimiento una “verdadera amenaza¨ para la comunidad internacional, según el ministro marroquí de Empleo y Formación profesional, Yamal Aghmani. Estos inmigrantes ilegales acaban, entre otras cosas, por dificultar muchos acuerdos para la quiebra de estas barreras humanas que hoy sostienen muchos países ricos hacia países de tercer mundo. Lo que se intenta con tales programas es una cooperación basada “en el principio de solidaridad” y que “aborda también las causas económicas, sociales y de seguridad”, destacó.


El día siguiente


¨El despertador no sonó, me desperté a las seis. Probablemente no lograré en hacer los trámites más una vez¨, cuenta Nelod Yebne buscando un sitio en la larga cola por la tercera vez esta semana. Más una mañana en el consulado, más un día con retraso en el trabajo. ¨Está muy mal llegar con retraso en el trabajo. Pero, ¿Qué puedo hacer? ¨ dice este empleado de la General Motors desde hace 11 años.
Sin embargo, diferente de muchos inmigrantes, Nelod no ha venido al consulado a causa de un pasaporte perdido o vencido o hasta a causa de alguna documentación irregular. ¨Apenas acabo de tener una hija y he venido a poner su nombre en el libro familiar. Estoy muy orgulloso, es la parte catalán de mi mujer y mía¨, cuenta con una sonrisa larga. Las puertas del consulado se abren. Nelod entra deprisa y coge un buen sitio entre la muchedumbre que se acumula en frente a la cabina de información. Ya los que llegaron después de Nelod no conseguirán ser atendidos hoy. ¨Lo siento¨, dice el vigilante a los que tendrán que volver más temprano la próxima vez. Con caras fastidiadas los inmigrantes acaban dejando la puerta del consulado y siguiendo rumo a sus trabajos. Quien sabe mañana tendrán más suerte.