quinta-feira, 31 de julho de 2008

Os seres imaginários de Edimburgo


Os mitos e histórias que rodeiam a capital escocesa

É verdade minha gente, eu acredito em duendes. E também na maior parte dos seres que habitam os chamados ¨bosques encantados¨. A pergunta nesse caso se torna outra: qual é então o lugar ideal para encontra essas criaturinhas? E por fim descobri a resposta: em Edimburgo. Vulcões inativos entre construções listadas como patrimônio mundial pela UNESCO. A paisagem confirma a origem dos personagens míticos e das milhares de histórias e contos do mundo fantástico.
A capital da Escócia traz uma atmosfera carregada pela dualidade entre seu medievalismo arquitetônico e seus habitantes, formados majoritariamente por jovens universitários.
Durante os meses de agosto e setembro também se torna sede do maior festival de artes do mundo, com cerca de 1900 apresentações distintas em mais de 250 pontos da cidade. O conhecido festival de Edimburgo, que teve sua primeira edição em 1947, une eventos independentes de diversos movimentos artísticos, como feiras de livros, pintura, premiações de longa e curta-metragem, dança, ópera, marionetes, performances teatrais entre outros.
A gaita de fole, instrumento típico da cultura do país, é tocada por todos os cantos. E para completar a estadia nos meses de primavera - verão é possível presenciar os comuns e imensos arco-íris que se foram pelas constantes chuvas, que ocorrem durante todo o ano. As poucas horas que o sol se esconde durante este período (as noites no verão duram apenas 5/6 horas) dão espaço para uma vida de festas e noitadas cheias de surpresas.
Mas foi um lugar, um pouco escondido da vida agitada da capital, que me chamou mais a atenção: o castelo de Yester ou Goblin Hall. Foram cerca de 30 minutos de carro, mais 20 a pé para nos encontrarmos em meio a um bosque que parecia ter saltado de um livro infantil, tamanha era seu colorido. Lá, quase engolido pela vegetação, estão as ruínas do misterioso castelo de Yester. Entramos na construção com um sorriso de orelha a orelha, buscando pistas dos conhecidos personagens. Mas o que acabou acontecendo foi que em pouco tempo nossa cara de beatitude se transformou em rostos apreensivos. Uma estranha sensação de curiosidade rodeada por uma inquietação nos fez explorar algumas partes das ruínas até chegar ao salão principal; que tivemos que abandonar pelos desabamentos que bloqueavam suas saídas. O que descobrimos depois foi que o local foi a residência do conhecido mago Giffard, um bruxo que realizava rituais de sacrifícios e torturas humanas e animais. Hoje, seguidores de tais crenças ainda se encontram pelas redondezas, passando noites na tentativa de conectar-se com tais entidades.
Depois de desvendar esse mistério, nossa história não podia terminar diferente: dentro de uma banheira de sal grosso para espantar as energias ruins. Mesmo os mais incrédulos resolveram optar pela limpeza seguindo o famoso ditado ¨no creo en las bruxas, pero que las hay, las hay¨!

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