terça-feira, 12 de outubro de 2010

árvore d'água






Na minha época em Barcelona, senti vontade de criar algo que retratasse toda a paz de espírito que queria para a minha vida. Chamei este período de 'fase azul', já que era esta a cor que, pela cromoterapia, traduzia tudo o que eu pretendia atrair para mim.
Foi assim que nasceu a árvore d'água. Com a esponja na mão, e todos as orientações do kanciukaitis, pintei, pintei até que o desenho desse rio de pensamentos foi absorvido por uma das paredes do meu quarto. Ela começava densa, como normalmente começam os meus próprios pensamentos, e depois se misturava ao branco, que retrataria as ponderações ao meu redor, as formas de tornar aqueles meus 'quereres' em realidade. Até alcançar o branco total, que simbolizava o céu, onde todos os sonhos se concretizavam. 
Seus galhos ilustravam as outras opções que eu não havia seguido, mas que existiam e continuam a existir durante toda a nossa vida, seja qual forem as nossas escolhas. Nosso livre-arbítrio é a dádiva que nos lembra de que sempre poderemos escolher a felicidade. De que sempre haverá um caminho de luz.
Infelizmente, quando voltei ao Brasil, a parede ficou na minha antiga casa, junto aquelas pessoas tão amadas e a todas as histórias que vivi. Muitas vezes pensei em refazê-la no meu novo lar, até que cheguei a conclusão que certas coisas só fazem sentido em dados momentos da vida. E tudo bem, afinal, muito do que vivemos são momentos que ficarão na memória e, em alguns casos, nas fotografias. 
Foi quando há pouco tempo atrás, o próprio Kanciukatis me trouxe de uma de suas viagens uma releitura da árvore d'água. Uma pintura feita com a maior delicadeza em inúmeras lâminas de vidro. Um daqueles presentes que a gente não esquece. E foi mesmo este o objetivo: relembrar aquelas escolhas feitas e reafirmar o poder das novas que ainda virão.
Em homenagem ao kanciukaitis e a todas as fases da vida, sejam elas amarelas, verdes ou laranjas. 
E para não esquecer de que todos os caminhos que escolhemos são os melhores que poderiamos ter escolhido naquele momento.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, obrigado pela homenagem. (ufh) bj kan.

Alexandre Heberte disse...

Que luxo, que lindo, tanto pintura na parede mas, o que você escreveu no post.

Parabéns,

Alexandre Heberte