quinta-feira, 29 de setembro de 2011

o verdadeiro glamour

Mais de 30 anos após Jackie O. editar pela primeira vez Glamour, livro da lendária editora de moda Diana Vreeland, é a vez do próprio Charles Cosac, sócio-fundador da editora Cosac Naify, editá-lo agora pela primeira vez no Brasil. Com prefácio assinado pelo estilista Marc Jacobs, o livro traz a real ideia de glamour de Vreeland, com fotos que mostram outras facetas de personalidades como Audrey Hepburn, Maria Callas, Charles de Gaulle e Marilyn Monroe.



O melhor de tudo é que, para dar o pontapé inicial nas vendas da publicação, Charles falará no Pense Moda, no próximo dia 6, ao lado de Glória Kalil sobre moda e fotografia através do legado de Vreeland.
Vai perder? 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

É primavera

Hoje começa a estação mais linda do ano: a primavera! Época de florecer no sentido amplo da palavra: em pensamentos, sonhos, realizações.. enfim, deixar a alma desabrochar como um todo. Periodo para esbanjar o colorido que levamos no espírito e transbordá-lo da forma que nos fizer mais sentido.

Em homenagem, escolhi algumas obras "floridas" de artistas que admiro para inspirar o final de semana:

Marc Chagall

Gerhard Richter

Kasimir Malevich

Marina Abramovic

Henri Matisse

Frida Kahlo

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ecológicos fashion

As edições primavera/verão 2012 dos desfiles internacionais estão a toda. Nova York e Londres já apresentaram suas belíssimas coleções, agora é a vez de Milão e Paris desfilarem as suas. Mas uma das tendências que vem se mostrando constante é o espírito green - ligado a modelos sustentáveis que prezam pela natureza. Além de utilizar tecidos e fibras que causem menos impacto ambiental em suas produções, estilistas tem colocado essa nova mania também na cartela de cores (tons terra) e na estamparia da estação.

Em homenagem ao Dia da Árvore, comemorado hoje, dia 21 de setembro, separei cinco looks para comprovar a tendência que pretende dominar o próximo verão.

Altuzarra

Michael Kors

Erdem

Alexandre Herchcovitch

Christopher Kane

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dores do Mundo


É, preciso confessar: Botero não faz parte daquele seleto grupo de artistas que tem um lugar especial aqui no meu coração. Mas a mostra "Dores da Colômbia", em cartaz na Caixa Cultural do Rio, me chamou uma atencão especial.

De volta ao Brasil depois de quatro anos, quando levou 25 mil pessoas ao Memorial da América Latina, em São Paulo, a exposição (que passa pela cidade de novo antes de ir para Salvador) é composta por 64 obras que ilustram as angústias da vida e principalmente as marcas decorrentes da violência sofrida pelos colombianos nas últimas décadas de intensos ataques guerrilheiros.


Por isso mesmo, as figuras rechonchudas e coloridas do artista colombiano, em geral, sorridentes e felizes, alheias ao sofrimento humano, ganharam um ar mais real. “Esses quadros, doados por Botero para o Museu Nacional da Colômbia, são uma exceção em seu trabalho e têm grande relevância por sua função social”, explica a curadora Maria Victoria Robayo, diretora do museu colombiano. “Artistas consagrados têm uma imensa capacidade de influenciar a opinião pública, por isso é tão importante que essa série circule”.


Exilado de seu país há mais de 40 anos (e agora radicado na França), o próprio Botero também leva consigo marcas da violência: a morte do filho caçula aos 5 anos, em um acidente de carro (em 1979), e a prisão do mais velho, acusado de envolvimento com o narcotráfico (em 1996).

Para quem busca algo mais do que gordinhos simpáticos (mesmo que estes, em alguns casos, também fossem uma espécie de sátira a políticos, militares e religiosos), vale a pena conferir esta visão diferente do sofrimento da Colômbia e do mundo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Crítica seriada

A ironia e a repetição são marcas da obra de Nelson Leirner, que celebra 50 anos de carreira com filme e exposição

"O que eu mais queria era encontrar uma fada que fizesse as minhas obras e já mandasse tudo para as exposições". Com esse gracejo, Nelson Leirner dá início ao documentário Assim É, Se lhe Parece, que estreou neste mês e dá o pontapé nas comemorações de seus 50 anos decarreira. “A intenção era buscar não só o artista, mas esse seu espírito brincalhão e irônico”, conta Carla Gallo, diretora do filme, que mostra do início do processo criativo de Leirner (em um passeio pelo comércio popular do Saara,no Rio) até algumas de suas obras mais icônicas. Cerca de 60 delas, aliás, podem ser apreciadas na mostra do Centro Cultural Fiesp, também parte da celebração do cinquentenário.



Fazem parte da exposição os manequins de Stripencores (1967), em que o artista promove uma espécie de striptease em série, desconstruindo os vestidos por meio de zíperes, com a última boneca coberta apenas com um resquício da peça inicial. Zíperes são uma constante na obra de Leirner, que estudou engenharia têxtil nos Estados Unidos no fim dos anos 40. Também está na Fiesp a inédita Hobby, instalação feita de cartões postais, convites e outros pequenos objetos colecionados por ele durantes suas viagens nos últimos 15 anos. “É uma obra de acumulação, característica importante do trabalho dele, que aqui chega ao auge pela diversidade e quantidade de peças reunidas”, explica Agnaldo Farias, curador da mostra. Essa acumulação de objetos à primeira vista não artísticos, ao lado da apropriação de imagens conhecidas, é uma maneira de Leirner criticar a definição arbitrária do que é arte. “Chamou minha atenção a desconstrução que ele faz da imagem romântica do artista”, conta Carla.



Nascido no meio – seu pai, Isaí, fundou o MAM de São Paulo, e sua mãe, Felícia, era escultora –, Nelson Leirner, diferente de muitos de seus colegas, encara o ofício do artista como outro qualquer, não como uma benção. E por isso faz constantes críticas ao circuito. Chegou, certa vez, a enviar um porco empalhado para uma exposição para logo depois questionar sua aceitação. Em 1967, para marcar o fim do grupo que fundara com Wesley Duke Lee, organizou uma mostra em que as obras foram dadas ao público. Durante a ditadura, também não poupou o regime de suas ironias. Há, afinal, material farto acumulado para a celebração.

Centro Cultural Fiesp: Avenida Paulista, 1.313, São Paulo. Até 6 de novembro

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

As linhas de Steinberg

Este sábado estive na inauguração da exposição Saul Steinberg: as aventuras da linha, na Pinacoteca do Estado. "O Picasso dos cartunistas", como disse Cassiano Elek Machado. Esta, realmente, é uma definição que cai como uma luva.

Com curadoria de Roberta Saraiva, a mostra traz cerca de 100 desenhos e quatro projetos de mural que dialogam com a América pós-gerra, cheios da já conhecida ironia ácida de Steinberg.



Nascido na Romênia, mas naturalizado norte-americano em 1943, o desenhista ficou amplamente conhecido por seus 60 anos como colaborador da revista New Yorker. Mas sabem quem foi a primeira revista no mundo a publicar os desenhos do artista? A publicação carioca Sombra (sim, fomos nós!). Isso porque Steinberg era muito amigo de Pietro Maria Bardi, então diretor do Masp (onde expôs em 1952), e dos irmão Civita, que atuavam no mercado editorial italiano. Também por isso, Steinberg chegou a visitar inúmeras cidades brasileiras, desenvolvendo um carinhos especial pelo nosso país.


E voltando a moda, o que me chamou muito a atenção durante a expo foram os recorrentes desenhos de mulheres americanas e seus modelitos bem caracterizados: cheias de penduricalhos e casacos de pele. As obras, apesar de retratarem uma crítica a um certo consumismo nas classes mais ricas dos Estados Unidos e sua ostentação, não deixam de ser uma inspiração para quem gosta de moda, além de ser uma forma leve e engraçada de mostrar como se vestiam as mulheres durante os anos 50 na amada (e odiada) New York City.