terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

criaturas e criadores


Vocês se lembram da icônica foto (acima) que retratou os protestos pacifistas na Praça da Paz Celestial, em Pequim, no ano de 1989, contra a repressão do governo comunista? Se sim, aposto que vocês não reconheceriam o rosto do grande fotógrafo Jeff Widener, que clicou tal imagem. Foi com a ideia de apresentar ao público quem são os grandes nomes da fotografia e suas respectivas obras primas que nasceu o novo livro do também imagemaker Tim Mantoani "Behind Photographs: Archiving Photographic Legends". A publicação mostra cerca de 150 fotógrafos clicados junto a alguma de suas fotografias mais emblemáticas. 



Steve McCurry com sua fotografia, feita em 1984, de uma jovem na cidade de Peshawar, no Paquistão. "Procurei esta menina por 17 anos e finalmente a encontrei. Seu nome é Sharbat Gula".




Elliot Erwitt: "A foto que estou segurando foi feita em 1974 perto do apartamento onde vivo, em NY"


Douglas Kirkland: "Essa é a imagem da minha tarde com Marilyn"



Harry Benson: "Brian Epstein - empresário dos Beatles - tinha acabado de contar a eles que o quarteto havia sido eleito o número um da América", 1964.



Lyle Owerko, fotógrafo que retratou uma das mais emblemáticas imagens do ataque ao 
World Trade Center, em NY.




Mark Seliger, que fez o retrato do cantor grunge Kurt Cobain dois meses antes de sua morte. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lady Things


Acabou-se o carnaval. E para quem adora repetir a máxima brasileira de que o ano só começa por aqui depois desse estrondoso feriado, pode juntar as energias: é hora de começar.

E para a nossa "volta as aulas", escolhi uma fotógrafa cheia de humor: a canadense Robyn Cumming.

Suas obras possuem magia e efeitos, dignas de enfeitar uma bela parede de casa. 

Achei uma graça como ela própria se descreve no seu site "Se Robyn fosse uma criatura, seria um bebê troll, já que eles são pequenos, assustadoramente fortes e incrivelmente adoráveis. Se ela fosse um objeto, seria uma pilha de 500 milhões de dólares (em notas de dez), que, por sua vez, seria usada para comprar mais objetos. Se fosse uma emoção, seria uma daquelas risadas tão fortes que se transforma em tosse".

Entre suas séries, escolhi a chamada "Lady Things". Adoro ver como as pessoas interpretam o lado feminino. Vejam só o que ela acha do assunto:






quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lillian Bassman

A cena da semana é um tributo a grande fotógrafa Lillian Bassman, que faleceu este mês aos 94 anos. Bassman foi um personagem muito importante para a fotografia de moda entre os anos 40 e 50, com seus retratos desfocados e feitos com técnicas de clareamento. Acima, uma das minhas preferidas. Suas composições são extremamente femininas e delicadas.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Moda na Semana de 1922


Já faz 90 anos que uma das semanas mais importantes das artes brasileiras teve início, no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922.

Com tantas comemorações em torno da data, não poderia deixar em branco o papel da moda na vida de um das peças-chave da arte brasileira da década: a artista Tarsila do Amaral.

Primeira dama do movimento modernista, a mulher de Oswald de Andrade era apaixonada pelas criações de um dos mais vanguardistas costureiros de Paris, o estilista Paul Poiret. Foi ele o responsável pela imagem de Tarsila que fez época tanto em Paris como no Brasil por suas roupas e adereços.

“Lembro-me dela no teatro, no Trocadero, com uma capa escarlate, forrada de cetim branco, um chapéu de vidrilhos, grande e negro”, conta Georgina Malfatti, irmã de Anita, em 1967.

 Em 1929, Poiret desenvolveu o vestido que Tarsila usaria na sua primeira exposição no Brasil. Oswald até chegou a fazer um poema para sua amada com o nome de seu estilista preferido, “Caipirinha vestida por Poiret”.

 Como diria o poeta Guilherme de Almeida, “De Paris voltou com vestidos de Poiret, a ensinar a gente a ser brasileira”.

Poiret e Tarsila do Amaral

"Caipirinha vestida por Poiret
A preguiça paulista reside nos teus olhos
Que não viram Paris nem Piccadilly
Nem as exclamações dos homens
Em Sevilha
À tua passagem entre brincos
Locomotivas e bichos nacionais
Geometrizam as atmosferas nítidas
Congonhas descora sob o pálio
Das procissões de Minas
A verdura no azul klaxon
Cortada
Sobre a poeira vermelha
Arranha-céus
Fordes
Viadutos
Um cheiro de café
No silêncio emoldurado"

                                                              Oswald de Andrade

O costureiro em seu ateliê

Sempre elegante: Tarsila

O look da artista que inspirou o poema de Oswald de Andrade 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

esculturas de papel


Sendo jornalista e com um marido, também jornalista, que trabalha atualmente com livros, vocês podem imaginar o tanto de revistas, jornais e edições de todo o estilo de literatura que fomos capazes de acumular nas nossas vidinhas até hoje. Haja estante, armário e todo o tipo de suporte para acomodar as nossas preciosidades. Foi aí que, pesquisando aqui e acolá, caí na página do artista americano Nick Georgiou. Ele cria esculturas humanas e de animais com restos de papel e livros que encontra no lixo das grandes cidades do mundo. O resultado é de uma força incrível. Taí algo criativo para fazer com aqueles papéis que já não servem para muita coisa.. hora de treinar o desapego! ;)





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

As rainhas de AlexandFelix



Elas poderiam estar na passarela de algum estilista que tivesse como tema a crítica irônica a uma civilização industrial decadente. Uma sociedade que se visse obrigada a reutilizar seu lixo após a destruição de toda a sua capacidade de produção.

As rainhas da dupla de artistas suíços Alexandfelix são assim: lindas e cheias de valores sociais. A possibilidade de se adornar com objetos, despidos de nossos valores culturais - algo a lá Duchamp, digamos - me parece incrível. Elas não são te tirar o folego?

Quem sabe algum curador curioso também se inspira nessas rainhas versão 2012 e as carrega para uma exposição aqui no Brasil. Nada mal, hem!





domingo, 5 de fevereiro de 2012

A moda de Tom Jobim



"A linguagem musical basta". É com essa frase que termina a produção do diretor Nelson Pereira dos Santos, ao lado de Dora Jobim, que tem o desafio de desvendar em filme a trajetória musical de um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos: Antonio Carlos Jobim. Através de uma linha sensorial, com imagens e canções de sua autoria, o longa-metragem A música segundo Tom Jobim é de arrepiar. Aqueles filmes imperdíveis para quem gosta de boa música.

E são nessas imagens de Tom, ao lado do querido poetinha Vinícius de Moraes, Elis Regina, Chico Buarque, entre muitos outros, que se vê um Jobim elegante: de calças bem cortadas, camisa - com seu último botão aberto, sem exagero - de cabelos compridos, porém penteados... enfim, com cara de bom moço, mas, nem por isso menos charmoso e galanteador. Pergunte para qualquer um que viu Tom Jobim nos anos 50: poucos eram tão bonitos e bem apessoados como ele. A moda masculina da década presava por esta elegância, com um toque brasileiro, características que estão voltando a fazer sucesso no guarda-roupa masculino de hoje.


Tom Jobim e Vinicius


Gola da camisa para fora e o famoso mocassim, modelo que tem aparecido com cada vez mais frequência no armário masculino nos dias de hoje




Charme da malha em V


Clima de descontração ao lado do poetinha


Para fechar com chave de ouro, uma de minhas interpretações favoritas do filme: Ella Fitzgerald canta Desafinado